quarta-feira, 11 de março de 2009

2º dia: Inove?

Teoricamente, esta quarta-feira foi o terceiro dia em que eu e Durval estamos em uma dieta coke-free. Em compadecimento ao nosso terceiro homem, que começou a sua jornada na terça-feira, atrasamos nossos relógios e voltamos ao segundo dia. Aquele em que a experiência já não parece tão legal assim e a visão de um futuro similar para o próximo mês inteiro assombra nossas almas.

Mas por que esse exagero? Era só refrigerante, não é mesmo? Não, acho que não. A relação que tive com esse líquido me impede de dizer que era apenas isso. Para demonstrar isso, citarei apenas um exemplo, dos mais recentes, de como a presença da Coca era importante em minha vida.

Às quartas-feiras, para o primeiro ano de jornalismo da PUC, as aulas ocorriam no laboratório de comunicação social, o qual situa-se putaquepariumente longe. Em meio a volta desse lugar, sempre a pé, para desgosto da URBS, decretamos ponto de parada oficial um templo de mercadorias situado no ponto médio de nosso trajeto de volta. Era nossa parada, nossa Valfenda. Comprávamos magikitos, não por seu sabor, não por sua qualidade, mas pela sua relação custo-benefício e, para acompanhar, não havia dúvida, era a nossa morena: a Coca.

Sempre entrávamos certos de que, por meia hora, teríamos a felicidade. Procurávamos os dois litros mais sensuais da geladeira e íamos ao caixa. Não nos importava que ali fosse metade da passagem que estávamos economizando. Trinta minutos de prazer, cobram muito mais caro por essas coisas por aí.

Só que um dia entramos nesse processo estúpido de desintoxicação. Na realidade, eu e Durval. Gaspar, o nosso acompanhante em nossas manhãs de quarta-feira nunca foi um discípulo fervoroso e, sendo assim, nos acompanharia no que decidíssemos tomar. Primeiro fomos atrás de um tampico gelado, mas essa opção não existia. Mates podiam ser encontrados nas geladeiras, mas devido às frescuras de um de nossos companheiros, não era uma opção válida. Em nosso pânico, consideramos desde iogurtes de ameixa até um engradado de chamyto big. Opções descartadas devido ao alto requerimento de nossas finanças.

Eis que em uma geladeira encontramos uma garrafinha de 500ml de um líquido denominado I9. A embalagem dizia que era um hidrotônico, ele tinha uma cor bonita e a promessa de que teria gosto de tangerina. Estávamos cansados já e olhamos as garrafinhas com um ar suspeito. De repente, encontramos o selo de garantia estampado ao lado das informações nutricionais. Coca-Cola Company. Já que vamos trair o movimento, o façamos de leve. Levamos.

Na mesa, aquele ar pesado. Não estávamos tão sorridentes, afinal, havíamos passado quinze minutos percorrendo um mercado atrás de um substituto não gaseificado para nos hidratar. Depois do primeiro gole, a decepção. "Sabe quando você faz suco numa jarra, põe água depois que acaba e toma? É isso." É uma triste definição daquilo que nos restou. As coisas tem menos gosto, nossos bosques menos vida. E por mais 38 dias, continuarão assim.

3 comentários:

  1. Aquele I9 era muito ruim. Sério. Aquela porra TINHA UMA QUANTIDADE ABSURDA DE SAL e era nojento! A cada gole eu gritava no mercado.

    Ao menos serviu para comermos batatas fritas frias.

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  2. Cara, vi pra vender esse tal de i9 perto do Shopping Muller por nada mais nada menos que 3,90. Aquele 1,5 que pagamos era alguma promoção ou erro no preço.

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